INCOMPETÊNCIA

COMPRAS E CONTRATAÇÕES ESTÃO
ENGESSADAS NA ADMINISTRAÇÃO
PEDRO OLIVEIRA
pedrojornalista@uol.com.br

Escrevi antes do início do governo de Teotônio Vilela sobre a situação das contratações públicas estaduais e os avanços alcançados pelos gestores de então na Agência de Serviços Administrativos-Agesa. Fiz ver que estava ali um dos poucos setores em que não cabia ingerência política, ou quaisquer interferências externas que não fosse o interesse público. Sou testemunha ocular do zelo e do profissionalismo implantado na criação do órgão encarregado das compras públicas. Tanto que para lá levei várias turmas dos cursos de licitação e formação de pregoeiro do Instituto Cidadão, para assistir a eventos feitos com competência e seriedade tendo como resultados uma enorme economia para os cofres do estado. Seus cargos de direção não foram ocupados por “indicações”.Mas por competentes servidores efetivos oriundos da Secretaria da Fazenda, comandados pelo ético e eficiente Marcos Casado, tendo ao seu lado companheiros dedicados e conscientes da alta responsabilidade que lhes eram atribuídas.O estado investiu uma alta soma em treinamentos e aperfeiçoamento de uma equipe modelo, com um magnífico trabalho de resultados.
De repente todas as contratações passaram a ser mais vantajosas para a Administração. As compras em geral baixaram os preços, os serviços idem, sem contar o alto nível das negociações e os avanços na tecnologia dos procedimentos licitatórios.
Hoje o quadro no órgão beira o caos administrativo pela ineficiência gerencial. O atual gestor além de tudo falta com a verdade ao tomar para si ações de resultados efetuadas na gestão anterior,pois nada fez. Copiou e copiou mal. Como exemplo temos a gestão de uso de água , esgoto e energia nos prédios públicos (Decretos 3037/05 e 2648/05);Política de uso de frota de veículos (Decreto 1989/05);Política de uso e aquisição de passagens aéreas (Decreto 1780/2004); além do disciplinamento de diárias,serviços de vigilância, telefonia e outros. Todos programas de grandes resultados de economia para a Administração, que deveriam servir de exemplo para a atual. Todas as licitações realizadas foram comprovadamente benéficas em todos os sentidos para o governo, que buscou economia e qualidade nas contratações, sem se afastar dos princípios da moralidade, da legalidade e da eficiência, coisa não preservada nos dias de hoje.
O que temos observado é que nem os órgãos parceiros da administração estadual que deveriam ser beneficiados com a gestão administrativa da Agesa estão satisfeitos. A imprensa tem publicado constantes reclamações da morosidade,incompetência e o mais grave: prejuízos causados por conta dessa incapacidade de fazer acontecer. Ainda recentemente a Casal e o Corpo de Bombeiros externaram pela imprensa a irresponsabilidade administrativa da atual gestão da Agesa.
Também há poucos dias, por ocasião do Fórum de Licitações, Contratos e Compras Públicas, inúmeros órgãos fizeram suas críticas e queixas com relação ao caos em que se encontram os procedimentos licitatórios em geral no estado. A verdade é que por conta da incapacidade de gerenciar as licitações e os contratos muitos prejuízos têm sido causados. Ninguém agüenta mais a inércia e o retardamento nos processos de contratações. Durante o evento desabafava um procurador: “Entregaram a Agesa a amadores e a incompetência tem prejudicado muito a Administração”.
Não foi por falta de aviso, mas prevaleceu a vontade arrogante da “Rainha da Inglaterra”, que ao assumir a Secretaria da Fazenda preferiu perseguir, humilhar e encobrir a sua incapacidade gerencial da coisa pública, com atos que são verdadeiros atentados ao profissionalismo e desrespeito ao zeloso e competente quadro da Secretaria da Fazenda.
O governo diz e anuncia que “tudo mudou”. Mudou sim, muita coisa para pior e tudo vai levando o estado para o profundo buraco da incapacidade e da irresponsabilidade administrativa.
Não pode dar certo uma administração que se sustenta entre uma frenética guerra de egos inflados e um bando de incapazes travando a máquina administrativa, que por sinal não é deles, mas do povo.


*Jornalista e presidente do Instituto Cidadão
Artigo publicado no Jornal Extra e na Tribuna do Sertão

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